Vem de um lugar que não conheço
Tamborila no meu peito
Um afluente de desejo,
De repulsa e de tormento
Como em um velho carnaval.
Grita a voz que desconheço
Impondo seu respeito
Com um sussurro matreiro
E eu atento em um silêncio sorrateiro
Como em um velho carnaval.
E de repente se mistura, se entende
Se escuta, compreende a beleza
Do chamado quieto e longo
Do seu verde doce olhar.
E não mais como um velho carnaval
Em que suspiro vira grito
E fraqueza é rebeldia
Eu atendo o seu convite:
Estendo as mãos, busco seus braços
Fazendo da folia e feriado
A hora certa de escutar a quietude
Da música que seus olhos me embalam a dançar
Como em um bom e velho carnaval...